domingo, 7 de dezembro de 2008

águas

quis por toda a culpa em ti, mas a dor não é tua, é minha.
como posso pensar que és a causa, se sou eu quem sinto a ânsia de vômito.
....
Você não me enxergaria, não seria possível com esses olhos cheios de nuvens pesadas e cinzas.
não me entenderia, muito menos ainda, perdoaria.

como sujeitar-se a olhos assim sem se perder, sem se encharcar dessa magoa tempestuosa?
esquecida que teus olhos jamais foram donos de mim, me perdi.
Mas recordei-me agora, a tempo de me salvar de morrer afogada dessas tuas águas turvas e silenciosas. E de agora, se me vês ou não, não importa mais, jamais irá me tomar ou me tornar.

lavei-me dos pés a cabeça dessas águas límpidas lacrimais e curadoras.

agora é que vamos ver.

Um comentário:

Carla olavio disse...

esse foi o texto mais arrogante e rancoroso que escrevi. não tenho orgulho, mas manterei aqui, como prova do meu egoísmo.