que não sabia que era bêbado.
Achava que o mundo que era torto,
e os outros, bobos.
Um dia inspirado pelo acaso,
declamou improvisado,
um poema a um botão de flor calado.
Enrubescida, a flor menina,
lhe estendeu uma pétala tímida.
Impressionara-se e estranhamente se apaixonaram
Embriagado, desajeitado,
o poeta encantado, quis também encantar a flor
pra lhe abrir todas as pétalas,
declamou depressa seguidos poemas ruins e sem nexo.
Ao sentir seu bafo a flor fechou-se para o coitado.
Coitado, sentiu seu peito se fechar,
sufocou até cair, soprou o ar nas próprias mãos
e disse:
- tens razão, não te mereço. Tu és uma flor e eu... um bêbado.
Ao se enxergar assim, o poeta despertou sóbrio.