Comecei outra partida assim que terminei a anterior.
O que me forçou à uma espécie de remontagem rápida de mim,
reorganizei minhas cartas de qualquer maneira e ela tomou conta do jogo.
Confesso... não tomei as rédeas em momento algum.
Deixei que as emoções e impulsos dominassem o meu corpo
sem controle algum, e entreguei descaradamente minhas feições,
medo, frustração, insegurança com risadas nervosas e altas.
Reações típicas de um perdedor.
E então chegou o momento que o impulso inicial se esvaiu,
o desafio acabou, e ela me olhou pela primeira vez com o olhar vazio.
O vencedor está sozinho, e nessa hora, eu até quis jogar pra valer,
e lhe ser um adversário a altura.
e lhe ser um adversário a altura.
Mas já era tarde,
analisei minhas poucas cartas nas mãos.
sem ver saída, me restou um suspiro.
Brinquei com as cartas entre os dedos
prendendo o máximo possível a minha vez
como se eu pudesse fazer isso pra sempre,
numa tentativa de blefe.
Me exauria a sensação de fracasso
toda vez que meus olhos topavam com os seus,
toda vez que meus olhos topavam com os seus,
congelados, sem ânimo, sem medo
sem expectativas, sem tesão,
sem mais nenhum vestígio de algo por mim.
o jogo já havia acabado mesmo antes da última cartada.
perdeu a graça.
recolheu suas cartas...
e procurou outro par.