segunda-feira, 19 de julho de 2010

pokerlove

Comecei outra partida assim que terminei a anterior.
O que me forçou à uma espécie de remontagem rápida de mim,
reorganizei minhas cartas de qualquer maneira e ela tomou conta do jogo.
Confesso... não tomei as rédeas em momento algum.

Deixei que as emoções e impulsos dominassem o meu corpo
sem controle algum, e entreguei descaradamente minhas feições,
medo, frustração, insegurança com risadas nervosas e altas.
Reações típicas de um perdedor.

E então chegou o momento que o impulso inicial se esvaiu,
o desafio acabou, e ela me olhou pela primeira vez com o olhar vazio.
O vencedor está sozinho, e nessa hora, eu até quis jogar pra valer,
e lhe ser um adversário a altura.

Mas já era tarde,
analisei minhas poucas cartas nas mãos.
sem ver saída, me restou um suspiro.
Brinquei com as cartas entre os dedos
prendendo o máximo possível a minha vez
como se eu pudesse fazer isso pra sempre,
numa tentativa de blefe.

Me exauria a sensação de fracasso
toda vez que meus olhos topavam com os seus,
congelados, sem ânimo, sem medo
sem expectativas, sem tesão,
sem mais nenhum vestígio de algo por mim.
o jogo já havia acabado mesmo antes da última cartada.

perdeu a graça.
recolheu suas cartas...
e procurou outro par.