sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Vazio

Pela primeira vez, em tempos não sei o que escrever.

Mudei de ares, e agora, ando revendo-me. E me vejo fora de mim, ás veses, como qualquer uma andando na rua, sem história, sem futuro. alguém sem importância, ou desimportância.

Assim análizo friamente, como se fosse outra pessoa, sem vínculo nenhum comigo mesma.
E reparo até, no modo de andar. E em todos os meus hábtos, e confesso... não me valem de nada. Vejo que posso até mudar meu jeito de falar, ou ficar em silêncio, sem esforço algum. Me parece ter-me cabido a tarefa de me desfazer. E principalmente analizar.

E me sinto vazia. Todos os meus pensamentos costumeiros de antes... Frutos de uma rotina certa... Ficam cada vez mais distantes...

Reinvento-me nesse vazio explícito e cru. E sem qualquer condecendência, a crueza dos fatos revela-me.

Por um outro lado. o amor (de todo o tipo), me aparece como questão principal. e sobre ele minha percepção... parece se expandir, nas questões essenciais.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

cativeiro

cobras de mim,
com o olhar, cobras.
vou voar, viro,
estou de costas
o bote, o boicote
cobra!

sinto a pontada aguda
é o fim.

é o nada.
agora vejo.
vejo de costas.
vejo tudo, sem olhos!
vejo tudo, sem mente!
vejo tudo, sem nada.

nunca houveram cobras além de mim.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

ilusão de ótica

...
Me acalmo, olho em volta,
percebo meus pensamentos tolos que me atacam sem mais força alguma.
E... me pergunto...

Quem és agora nú?

Mais um que prometeu (co)responder?
Mais um dos quais achei que podia (me) ver?
Mais dois olhos... que já não miram os meus...

podes ser, em mim, mais um sonho, romance ou ilusão...
e assim, já não és mais alguém...