segunda-feira, 26 de março de 2012

Vício

Guerras, Fome, Desastres, Violência, Morte desnecessária, a própria
confusão de cada ser em si. Tudo em conseqüência da lucidez aparente em que nós
julgamos viver. Lucidez vestida de Verdade. Porém na verdade essa lucidez é 
o próprio embriagar.

E nada pode faltar, muito menos o álcool dos carros, das máquinas, das
roupas, da marcas, da NASA, o combustível do capitalismo insano, o
álcool extraído dos falsos valores.

É desse álcool que toda essa gente se embriaga, se perde, se engasga,
e perde os sentidos com essa falsa lucidez devassa.
Que destrói o homem, os lares, as cidades, as nações, o mundo.

O homem continua destruindo sua casa, viciado nessa ilusão de realidade imunda.
Viciado nessa sentença, "é assim mesmo", viciado
nesse álcool, e não percebe os espelhos estilhaçados pelo chão, a
cortina rasgada, a casa suja já sem algumas telhas, a porta
arrombada.

Não percebe, está embriagado desse álcool extraído dos falsos.

Os filhos se embriagam desde que nascem, os pais morrem do tal álcool, as
mães sofrem e se embriagam também chorando as escondidas.

Perderam se nas palavras de um poeta igualmente embriagado.

Todos parecem confusos, abelhas perdidas depois da morte da rainha.
Esqueceram que na humanidade todos somos por natureza e vontade, reis
e rainhas da nossa própria liberdade, do nosso próprio intimo ser,
do nosso eu resguardado, que não é esse que se perde, é o
ser interno que está integrado, está ligado, faz parte, do todo, de
Deus, do Cosmos. Este eu existe, e respira o ar da Verdade Real, a
Verdade certa, a Verdade inteira. A Verdade.

E eu sei que todos estão cegos, mas eu também não vejo.