terça-feira, 29 de abril de 2008

re-feridas

Espero as palavras referidas a mim.

Procuro nos seus parágrafos implícitos
supostas frases destinadas a meus olhos.

e ainda espero cartas prometidas,
mas até aqui...
em minha correspondência
nada foi correspondido.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

supernova


Poderia perder o tino e te chigar dos pés a cabeça. mas eu ri como uma palhaça comportada, e depois me visti de branco e fui a tua caça. para que soubes-te minha cara, que não poderias ser tão faltal a ponto de me ver cair de mim.
acontece que agora, dias depois do ocorrido, venho me perguntando o que seria que devia mesmo ter dito. se não devia ter gritado, chorado, batido, ao invés de ter passado por cima da minha dor incógnita, encarado meu demônio com tal serenidade quase feito cristo, e se deveria, acima de tudo, ter forçado.. porque sabes que tenho força, a conheces...

mas não...
forçar a porta não iria adiantar nada.
já estavas trancada a muito tempo, com seduções inseguras e baratas.
foste tola assim como eu e premiasse nossa fotonovela com uma trágica e clássica tragédia ou comédia grega, tanto faz. na qual em sua máscara havia uma única expressão, de boca entre-aberta e olhos arregalados...

Fui capaz de prever. mas não de acreditar. não acredito em nada, apenas em mim.
Me lembro daqueles seus silêncios contínuos, me angustiavam o corpo. porque neles já cultivavas pensamentos suspensos que não te deixavam ver e nem ser presente.

Sabes dos príncípios das relações humanas? dos reflexos mútuos?
primeiro achei que fosse indigna do teu respeito. depois que consideraste que assim eu fosse. mas percebi a tempo... antes de morrer desse veneno, que desse antídoto não se vende. Assim, com a cura nas mãos, me vi sem mais nenhuma opção, apenas o caminho reto em minha frente, não havia mais nada a se fazer a não ser te salvar pra ser minha e tua heroína.

Não tenho capacidade de julgamento, assim como ninguém tem ou terá poder para nos julgar...

vejo-te.





supernova.