quarta-feira, 10 de outubro de 2012

café em redemoinho na xícara

passou seu café, 

quente e fresco como fé,
serviu-se numa xícara grande
sem açúcar nem dó.

E para não se queimar,
acreditou, iria chegar,
pôs-se em guarda
do momento certo...

Mas certos pensamentos nocivos,
cheios de noções de tempo,
distraíram seus olhos, de fora
para dentro, redemoinho em colher.

E quando finalmente
acordou, suspiro
de dentro pra fora,
recompôs em cadeira.

levantou asa
bebeu e cuspiu,
frio e mole como fel,

seu café passou.

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